segunda-feira, setembro 27, 2004

Ás voltas

Perco-me em mim
Deslizo num regaço de solidão
Calmo, fixo e vigente
Onde a alma esquece que a dor mente

Cai a cabeça sobre ombros encrespados
Acariciada por um fogo nublado de paixão
Que não funde pelo rosto a prata
Mais fortalece os lingotes do coração

Caminho num labirinto de ociosidade
Onde estou.....Para onde vou!
Passo certo? Destino incerto....

Perdido em mim com esta cabeça
Tudo em volta fosse assim
Para que uma saída aconteça

segunda-feira, setembro 20, 2004

Deriva

Mergulho bem fundo
Nas águas que separam o mundo

Dou por mim afastando
Um mar cheio de encanto
Que nos troca os sentidos

Ocultando segredos profundos
Onde nenhum tesouro poderia encalhar
Tento eu clandestinamente naufragar

Corto entre marés que se enrolam
Formam um corajoso turbilhão
Que se parte contra mim

Caindo nas margens da profundidade
Soltando bijuteria, sentimentos e palavras
Que escrevo na agua
Guardando numa memória solúvel

O mar em si se afoga
E chora ao olhar para trás
Torna-se leve e macio
Por onde deslizo sublimado
Vendo uma superfície
Onde conheci tudo e o todo

Agora explicar
Nada mais do que nada

domingo, setembro 19, 2004

Existencial

Busco um bolso imaginário
Onde tenho a minha identidade
Um documento fraccionário
Contendo uma grande verdade

Procuro na minha razão
Um feitiço que liberte fantasmas
Procurar no óbvio o condão
Do mundo se defender sem armas

Sinto a roda dos sentimentos
Brincar com a minha vontade
Dizendo que o elo que parte em mim
É o amor, a mais pura felicidade

sexta-feira, setembro 17, 2004

Tempos felizes que vivam

Agora
Perdi a memória
Alguém o disse no tempo
Tudo isto fica para a História
Um gesto, uma cor, um pensamento

Minto
Se sei para onde vou
Se tudo são retalhos do passado
Um futuro onde tudo balança
Num desejo equilibrado

Sem
Água que me lave a razão
Uma corda sufoca-me a vontade
De levar a mão ao coração
Buscando uma estranha saudade

Ter
Nunca alguma necessidade
Agarrar o barro do mundo
Molda-lo na felicidade
Dar-lhe um verdadeiro fundo

quinta-feira, setembro 16, 2004

Alma Mater

Minha mãe
Mãe natureza
Fonte de vida
Meu estado de pureza

Cresço em ti
Perdido na idade
Dá-me o teu amor
Oferece-me a eternidade

Vivo nos teus braços
Alimento-me do teu leite
Sorrio para o prazer dos teus olhos
Vendo-me por ti aceite

Perdoas o que faço
Quando te envelheço e torno-te febril
Não vês sina nem pecado
Mas um desejo que repetirias por mil

segunda-feira, setembro 13, 2004

Ser

A todos nós peço
Esbocemos um pequeno gesto
Um traço do nosso amor
Para um mundo quase sem cor

Não procuremos tão longe
Aquilo aqui tão perto
Dar á vida um coração
Um dilúvio a um deserto

Sejamos vagas de esperança
Tempestades de vontade
Que levem o próximo a bom porto
Num barco chamado felicidade

Cada dia mais forte
Pois não existe o que chamamos sorte
Quando lutamos até sentir a dor
Por um mundo com mais amor

quinta-feira, setembro 09, 2004

Night

She called me before dawn
Took me to a place lost in her
Taught me more than fly
She let me go far than the sky

Showed the diamonds hidden in her heart
The love stone between millions of stars
Burned me with the fire on her hands
Like the hottest summer sand

Than took me to nowhere
Laid me on her breast full of wind
Tenderly, putted her dark fingers on my face
Sweeping any kind of sadness trace

She´s my misterious mistress
Forever mine
Less it glitters
When you try to make her shine

segunda-feira, setembro 06, 2004

Intro Reality

Que vontade, que contrariedade
Que sinto nesta verdade

Uma causa, um sintoma patriótico
Revitaliza o que é catastrófico

Heróis deste meio mundo
Peca por não ter fundo
Onde tudo é um nada limitado
A lua um sol disfarçado

Eclipsando os poucos inocentes
Perdidos em campos indecentes
Tudo gente de boas intenções
Que concretizam as más acções

No coração da mãe da humanidade
Cuja dor é a pura realidade
As forças da vida que hesitam
Perante sombras iluminadas

O homem e as suas obras criadas
A plástica da outrora natureza
Cortes sem dó cheios de frieza
Gelando até mesmo a nossa tristeza

Seguem as palavras...

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